Rall
Era previsível. Bastou uma pequena mudança no último comunicado do Fed - foi retirada a informação de que a taxa de juro deve permanecer estável por um período considerável - para deixar os mercados dos chamados países emergentes em pânico. A bolsa caiu no mundo todo. No Brasil, quinta-feira dia 29, caiu mais de 6%, o risco Brasil subiu 9% e o dólar fechou em alta. Parece que Nosferatu prepara-se para alçar vôo. A piscadela da maior economia do mundo já o deixou assanhado, apesar do esforço dos enganadores de plantão de que tudo está muito bem.
É interessante como esse imenso volume de capital financeiro, que não consegue mais se reproduzir com trabalho vivo, circula no mundo sem rumo. Ontem nos países centrais, hoje nos emergentes, depois em qualquer outro lugar que lhe possa oferecer alguma vantagem mesmo que ilusória. Formam-se e explodem bolhas financeiras como se fosse balão de festa. Parece que o tempo das bolhas encurta-se perigosamente. Mal saímos de uma nos países desenvolvidos, formou-se outra nos emergentes com o que restou desse capital, e já se anuncia o fim da farra. Cada estouro, deixa um rastro de destruição e miséria que só tende aumentar. O ímpeto destrutivo do capital nunca se mostrou tão exacerbado.
Nessa louca corrida do morto Nosferatu em busca de sangue fresco para se reconstituir, quem primeiro paga a conta são os mais fracos: no mundo, os países emergentes são sempre a bola da vez. A fixação obsessiva dos governantes em criar emprego para alimentar o monstro revela seus resultados no expressivo número de carrocinhas de tração humana, circulando nas cidades, em busca de lixo cujo preço do quilo nas usinas de reciclagem despencou em 50%; é a concorrência saudável, dirão os guardiões do mercado. Mas isso não satisfaz o apetite refinado de Nosferatu. Assim, prefere continuar errante. Estourando aqui, crescendo acolá com milhões de operações fictícias entre elas os juros das dívidas dos Estados que crescem exponencialmente, gerando no seu imaginário doentio, riqueza sem substância. Um dia, a explosão final desse corpo inflado, há de exalar pelos corredores do poder o cheiro putrefato das suas indigestões.
01.02.2004
Era previsível. Bastou uma pequena mudança no último comunicado do Fed - foi retirada a informação de que a taxa de juro deve permanecer estável por um período considerável - para deixar os mercados dos chamados países emergentes em pânico. A bolsa caiu no mundo todo. No Brasil, quinta-feira dia 29, caiu mais de 6%, o risco Brasil subiu 9% e o dólar fechou em alta. Parece que Nosferatu prepara-se para alçar vôo. A piscadela da maior economia do mundo já o deixou assanhado, apesar do esforço dos enganadores de plantão de que tudo está muito bem.
É interessante como esse imenso volume de capital financeiro, que não consegue mais se reproduzir com trabalho vivo, circula no mundo sem rumo. Ontem nos países centrais, hoje nos emergentes, depois em qualquer outro lugar que lhe possa oferecer alguma vantagem mesmo que ilusória. Formam-se e explodem bolhas financeiras como se fosse balão de festa. Parece que o tempo das bolhas encurta-se perigosamente. Mal saímos de uma nos países desenvolvidos, formou-se outra nos emergentes com o que restou desse capital, e já se anuncia o fim da farra. Cada estouro, deixa um rastro de destruição e miséria que só tende aumentar. O ímpeto destrutivo do capital nunca se mostrou tão exacerbado.
Nessa louca corrida do morto Nosferatu em busca de sangue fresco para se reconstituir, quem primeiro paga a conta são os mais fracos: no mundo, os países emergentes são sempre a bola da vez. A fixação obsessiva dos governantes em criar emprego para alimentar o monstro revela seus resultados no expressivo número de carrocinhas de tração humana, circulando nas cidades, em busca de lixo cujo preço do quilo nas usinas de reciclagem despencou em 50%; é a concorrência saudável, dirão os guardiões do mercado. Mas isso não satisfaz o apetite refinado de Nosferatu. Assim, prefere continuar errante. Estourando aqui, crescendo acolá com milhões de operações fictícias entre elas os juros das dívidas dos Estados que crescem exponencialmente, gerando no seu imaginário doentio, riqueza sem substância. Um dia, a explosão final desse corpo inflado, há de exalar pelos corredores do poder o cheiro putrefato das suas indigestões.
01.02.2004
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