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Parece que soou o alarme: o vice-presidente do Citigroup, William Rhodes, diz que a euforia atual dos investidores com os “emergentes” lembra os meses que antecederam a crise asiática, que começou em 1997 e se alastrou para países como a Rússia e o Brasil. “Há um risco hoje de que os mercados talvez estejam indo longe de mais em relação aos fundamentos econômicos (dos emergentes, claro)”, diz Rhodes (Folha de São Paulo, 16 de janeiro de 2004).
O apelo para que o Nosferatu volte ao ninho, veio mais sedo apesar do otimismo dos analistas de plantão. Não houve se quer a necessidade de um aumento dos juros ou uma pequena melhoria no rendimento dos papéis do governo americano. A campanha para o retorno de seu corpo virtual, desmembrado mais crescido, já começou e com peso. É como se dissessem: “volte agora enquanto a exuberância de seu ser não foi ainda vazada pela estaca do real. Deixe que eles, os filhos dos ‘emergentes’, paguem a conta de sua destruição. Mais tarde podem querer dividir conosco o prejuízo”.
Acho que a irracionalidade de seus desejos, mesmo correndo risco, ainda espera que se complete a tremenda transferência de capital da chamada poupança nacional para os fundos de ações (sair agora quando o capital nativo começa a chegar?). Aí se fecha o ciclo e um Nosferatu balofo, bate as asas e segue impávido com algumas escoriações para o estouro final. Quanto tempo? Anos? Talvez. Ou meses?... E aqueles que contavam com o capital fictício para dá um empurrãozinho no “espetáculo de crescimento” podem se decepcionar, apesar da inexistência de outras opções no mundo da pós-modernidade.
18.01.2004
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